terça-feira, 28 de abril de 2009

Livro sobre a vida e obra do Prof. Amaro Macedo



Fiquei muito contente em saber do lançamento deste livro sobre o Prof. Amaro Macedo, naturalista mineiro que com paixão e talento contribuiu para o resgate e registro de nossa flora.
Abaixo segue o comunicado que recebi de sua filha, Maria do Carmo:

"O livro "Amaro Macedo - o solitário do cerrado" terá lançamento, agora em maio, em Ituiutaba , no Triângulo Mineiro, quando Amaro fará 95 anos.
         Quem é Amaro Macedo? O livro mostra a trajetória de vida deste naturalista mineiro, um grande coletor de plantas, principalmente do cerrado, do século XX.  
         Conta como conheci Amaro, a vida dele escrita pela filha Maria do Carmo, e ele como naturalista.
         Entre 1943 e 2007, coletou 6008 espécies, a maioria delas de espécies de plantas dos cerrados. Coletou por Minas Gerais, Goiás e outros estados brasileiros. Os exemplares estão espalhados pelos herbários do mundo todo. Um exemplo: na década de 60 ele doou ao herbário do Instituto de Botânica de São Paulo 1723 exsicatas!
         Várias das espécies que coletou foram descritas como espécies novas, sendo que cerca de 50 delas receberam o nome de Amaro Macedo, como homenagem de botânicos famosos, como Rizzini, Brase, dona Graziela, Lyman Smith, Hoehne, Robinson, Swallen, Burkart, Legrand, entre outros. 
         Amaro em suas viagens escrevia relatos, o que me lembra os de St. Hilaire. O livro transcreve alguns deles: além de falar das plantas, ele fala e comenta tudo, o meio ambiente, as cidades visitadas, transporte, as praias dos rios, os rios, as festas populares, crendices, as comidas regionais, os hábitos das pessoas, tudo ilustrado com fotos tiradas por ele. A famosa Pedra Goiana, que ilustra a capa do livro, é visitada e descrita. O livro resgata assim a trajetória de um grande naturalista. E fala e mostra uma parte do Brasil que mudou muito.
Gil Felippe"

Maiores informações no site http://www.atelie.com.br/.

O público em geral não imagina a paciência, persistência, sacrifício e mesmo coragem envolvidos no trabalho dos naturalistas. Obrigada, professor, e feliz aniversário!
 

domingo, 19 de abril de 2009

Os surpreendentes hibiscos

O hibisco é uma planta injustiçada! E por quê? Porque se adapta fácil demais? Floresce generoso e sem frescura em qualquer canto ensolarado, só com uma chuva de vez em quando...? Ou será porque a maioria só se lembra das variedades mais simples de hibiscus rosa-sinensis, nas cores rosa ou vermelho, da brincadeira de “tirar a saia da rainha”, arrancando suas pétalas, ou de beber seu néctar doce quando éramos crianças? O excesso de familiaridade deu-lhe a reputação de flor comum, vulgar, e o paisagista que sugere seu uso tem que ter um discurso pronto e muitas fotos para tentar convencer o cliente...
Vocês não sabem o que estão perdendo! Além de abranger muitas espécies, sua facilidade de hibridação permitiu a criação de milhares de variedades. Depois de ver as fotos deste texto, não deixe de conferir os sites indicados para ter uma idéia do que quero dizer com “variedade”...























Imagine, por exemplo, estes lindos hibiscos dobrados, amarelo ou vermelho vivo, contrastando com uma parede azul. Ou estes mini-hibiscos na floreira de seu quarto, mudando de cor durante o dia...

                              


















E a delicadeza do Mugunghwa, a flor símbolo da Coréia do Sul:  

                                        

No Nordeste a chamada “vinagreira” (Hibiscus sabdariffa) é alimento e remédio. O famoso chá de hibisco é dessa variedade. Veja a foto abaixo, a direita.

Os hibiscos ornamentais são arbustos em sua grande maioria perenes. Adoram o calor, sol e umidade, sendo uma das poucas plantas floríferas que eu coloco em situações extremas como piscinas aquecidas com cobertura de vidro.
Os portes são diversos, incluindo variedades mini. Mas a grande maioria tem porte de 2m a 4m. Formam cercas-vivas maravilhosas, que fecham com facilidade na primavera-verão e atraem muitos beija-flores. Gostam dos solos arenosos dos litorais e suportam (com menor florescimento) o frio do sul do Brasil. Também podem ser podados como arvoretas, e se adaptam a vasos e floreiras de tamanho adequado.

Quanto à adubação, nada muito misterioso. Se você puser no Google “adubação de hibisco” vai encontrar recomendações de adubação a cada 20 dias, dois meses, seis meses, um ano...É que a planta é tão rústica que fica difícil dar errado e cada profissional tem sua receita para dar “mais certo”. Então eu também passo a minha... No caso de vasos e floreiras recomendo adubação química leve (ler a recomendação na caixa para o seu tamanho de vaso ou floreira, e colocar metade) a cada 30 dias na primavera, verão e outono, com N.P.K. 04-14-08. (contém 4% de (N) Nitrogênio, 14% de (P) Fósforo e 8% de (K) Potássio). O Fósforo (P) estimula a floração. Uma vez por ano, de preferência no começo de setembro, renove a terra do vaso, misturando-a com terra adubada organicamente. Se o hibisco estiver plantado no jardim, duas adubações orgânicas por ano são suficientes!
Enfim, visite os links e se encante com as possibilidades dos hibiscos. Para fechar, que tal o "5ª dimension", que começa o dia em tons rosa-arroxeados e termina em amarelo e branco?