Muitos paisagistas, ao começarem a aprender seu ofício, escutaram de seus professores que os elementos vegetais, segundo seu uso, podem ser comparados à estrutura de uma casa: as forrações formam o piso, os troncos lembram colunas, copas e pérgulas nos recobrem como tetos e os arbustos fazem o papel de paredes.

Na foto ao lado, uma cerca-viva sofisticada e bem-cuidada delimita e protege a entrada da casa. Para ocultar a área mais vazada junto ao solo, uma fileira de buxinhos dá o acabamento.
Neste artigo vou comentar sobre suas possíveis funções e dar algumas sugestões de espécies mais apropriadas.

A esquerda um lindo exemplo no Japão, com o bambú mossô combinado à cerca de junco seco. É uma cerca-viva que se move ao vento, delimita as proprieda des e sombreia o caminho.
Duas considerações importantes: ao escolher uma planta para vedação, tenha certeza sobre a sua estrutura quando adulta e respeite as indicações de cultivo. Muitas plantas que parecem arbustos quando jovens, adquirem a forma de árvores quando adultas, e a região mais baixa do tronco não se presta para vedação visual. Fica vazada. E se a planta não receber a insolação, irrigação ou adubação adequadas, não vai atingir o desenvolvimento que você esperava.
E assim chegamos a mais uma função das cercas-vivas: delimitação e proteção da propriedade. Precisamos dimensionar o perigo e a propriedade! A idéia geral é utilizar grandes arbustos, que permitam plantio adensado, tenham folhagem desde o chão e, se possível, espinhos. No caso das áreas rurais se usa muito o cipreste e o sansão do campo (que inclusive tem espinhos), mas é duvidoso o quanto de resistência uma planta pode oferecer a alguém decidido e num lugar solitário! Agora, claro que desencoraja invasões e, em termos de paisagem, cria uma barreira psíquica, visual e até auditiva que pode ser muito relaxante.
Nas cidades podem ser usados ciprestes, tuias e murtas, mas como esperar até que alcancem tamanho e densidade adequados para o quesito segurança? Um bom muro coberto por primaveras lindas e cheias de espinhos ou um gradil disfarçado por arbustos e trepadeiras são provavelmente soluções mais viáveis para nós, habitantes assustados das grandes e médias cidades! Outro alerta: sabe aquele seu simpático cão-de-guarda? Pois é, ele pode escapar cavando a terra por baixo da cerca-viva. Portanto, neste caso também temos que complementar as plantas com uma cerca, gradil ou placas que afundem uns 30 cms no terreno.
Agora, se você é o sortudo morador de um lugar tranqüilo, aproveite enquanto pode e use belas cercas-vivas para delimitar sua casa. Use jasmim-do-cabo (Gardênia jasminoides), ocna (Ochna serrulata), ligustro (Ligustrum sinense), alpínias, buquê-de-noiva (Spiraea cantonienses), ixora coral (Ixora coccínea), e muitas outras! E me mande o endereço...
Meu nome é sonia , e Gostaria de informações sobre uma especie de cerca viva, que dá -se o nome de IVONES na cidade de Portugal. Para isso gostaria de publicar uma foto.Como posso envia-la ? Tem um e-mail especifico? Obrigada
ResponderExcluirOlá Sônia! Desculpe a demora em responder à sua solicitação, mas na verdade não pude me dedicar ao blog nestes últimos anos. Agora retomo, finalmente. Faça o seguinte, mande a foto para o e-mail renatarpjardins@gmail.com . Talvez eu consiga identificar a planta que menciona. Um abraço!
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