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Àrvore na Av.Pacaembu, infestada com a erva-passarinho |
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Detalhe dos ramos da parasita se enroscando no galho de Resedá |
Paisagismo, jardinagem, ecologia e o que mais couber no jardim...
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Àrvore na Av.Pacaembu, infestada com a erva-passarinho |
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Detalhe dos ramos da parasita se enroscando no galho de Resedá |
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Notar os blocos, somente montados, e o bidim. Nossos jardineiros plantam as mudas e depois recortam o excesso de bidim. |
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Após um mês de sua execução, aqui esta a horta em plena produção. |
Na minha lista de links recomendados, há um que eu considero especial: HTTP://e-jardim.blogspot.com . O trabalho da equipe do e-jardim é muito interessante e valioso. Além de produzirem, e, portanto, preservarem inúmeras plantas nativas, eles se preocupam com a pesquisa e com a educação do público em geral... e também dos paisagistas! Os textos no blog e no site (http://www.e-jardim.com/) são ótimos, com muita informação e divertidos de ler.
Por exemplo, acompanhe a sequência de artigos abaixo:
Na trilha de Glaziou: a redescoberta da guaquica (parte 1)
Você vai gostar!
Para um jardim ser apreciado e utilizado à noite é óbvio que precisamos da iluminação artificial. O que poucos percebem, é o quanto o uso correto (e criativo!) da luz artificial pode determinar a segurança e eficiência das áreas externas e, também, valorizar-las esteticamente.
· O jardim iluminado à noite não deve nem precisa ser igual ao jardim de dia! Iluminação de quadra esportiva...só em quadra esportiva!
· Determinar o uso noturno de cada área do jardim, lembrando que a segurança se aplica tanto em evitar um intruso quanto em evitar que alguém se machuque.
· Observar as áreas ou elementos do jardim que estão mais bonitos no momento e destacá-los.
· Evitar o ofuscamento do observador, pelo foco dirigido direto na altura de seus olhos.
· Caprichar nos cuidados com a fiação. Os fios que passam por entre canteiros devem estar em perfeitas condições, dentro de conduítes e serem enterrados para evitar tropeções. É muito interessante que se anote o caminho dessas fiações enterradas, para indicá-lo aos jardineiros. Acidentes e consertos são evitados dessa maneira simples. Ah, e os conduítes devem ter suas aberturas isoladas (fechadas).
· Organize a fiação agrupando as luminárias por tipo e/ou zona, tornando possível que cada grupo seja acionado de modo independente. Isso aumenta a economia na conta de luz e maximiza as opções de utilização da iluminação.
· Observar o quanto as luminárias esquentam e se esse calor está queimando as plantas próximas.
· Muito importante: usar sempre luminárias e lâmpadas produzidas para áreas externas. Somente essas terão condições de resistir à umidade, terra, etc... Sim, são mais caras de início, mas mais econômicas a médio prazo.
Costuma-se agrupar os aparelhos de iluminação externa em três tipos básicos. O primeiro tipo é o difusor. Ele emite luz por todos os lados, como no caso dos postes encimados por globos de vidro. Sua luz é homogênea, iluminando por igual todo um ambiente, e, em geral, está fixa sobre um poste ou na parede.
Outro tipo é o projetor. Ele emite um facho de luz dirigido, mais ou menos concentrado. São também chamados de refletores. Criam contrastes de claro e escuro, e destacam objetos ou áreas. Pode ser fixo ou móvel.
O terceiro tipo é o balizador, que na verdade é um refletor com características específicas para a iluminação de áreas de circulação. Essas características: facho dirigido para o chão, altura reduzida (sempre inferior a 50cm) e pequena intensidade de luz. São encontrados fixos ou móveis.
Muitos paisagistas, ao começarem a aprender seu ofício, escutaram de seus professores que os elementos vegetais, segundo seu uso, podem ser comparados à estrutura de uma casa: as forrações formam o piso, os troncos lembram colunas, copas e pérgulas nos recobrem como tetos e os arbustos fazem o papel de paredes.
Na foto ao lado, uma cerca-viva sofisticada e bem-cuidada delimita e protege a entrada da casa. Para ocultar a área mais vazada junto ao solo, uma fileira de buxinhos dá o acabamento.
Neste artigo vou comentar sobre suas possíveis funções e dar algumas sugestões de espécies mais apropriadas.
A esquerda um lindo exemplo no Japão, com o bambú mossô combinado à cerca de junco seco. É uma cerca-viva que se move ao vento, delimita as proprieda des e sombreia o caminho.
Duas considerações importantes: ao escolher uma planta para vedação, tenha certeza sobre a sua estrutura quando adulta e respeite as indicações de cultivo. Muitas plantas que parecem arbustos quando jovens, adquirem a forma de árvores quando adultas, e a região mais baixa do tronco não se presta para vedação visual. Fica vazada. E se a planta não receber a insolação, irrigação ou adubação adequadas, não vai atingir o desenvolvimento que você esperava.
E assim chegamos a mais uma função das cercas-vivas: delimitação e proteção da propriedade. Precisamos dimensionar o perigo e a propriedade! A idéia geral é utilizar grandes arbustos, que permitam plantio adensado, tenham folhagem desde o chão e, se possível, espinhos. No caso das áreas rurais se usa muito o cipreste e o sansão do campo (que inclusive tem espinhos), mas é duvidoso o quanto de resistência uma planta pode oferecer a alguém decidido e num lugar solitário! Agora, claro que desencoraja invasões e, em termos de paisagem, cria uma barreira psíquica, visual e até auditiva que pode ser muito relaxante.
Nas cidades podem ser usados ciprestes, tuias e murtas, mas como esperar até que alcancem tamanho e densidade adequados para o quesito segurança? Um bom muro coberto por primaveras lindas e cheias de espinhos ou um gradil disfarçado por arbustos e trepadeiras são provavelmente soluções mais viáveis para nós, habitantes assustados das grandes e médias cidades! Outro alerta: sabe aquele seu simpático cão-de-guarda? Pois é, ele pode escapar cavando a terra por baixo da cerca-viva. Portanto, neste caso também temos que complementar as plantas com uma cerca, gradil ou placas que afundem uns 30 cms no terreno.
Agora, se você é o sortudo morador de um lugar tranqüilo, aproveite enquanto pode e use belas cercas-vivas para delimitar sua casa. Use jasmim-do-cabo (Gardênia jasminoides), ocna (Ochna serrulata), ligustro (Ligustrum sinense), alpínias, buquê-de-noiva (Spiraea cantonienses), ixora coral (Ixora coccínea), e muitas outras! E me mande o endereço...
Muitas pessoas gostariam de viver a experiência de recuperar uma área degradada, acompanhar a transformação de um descampado em um bosque com árvores nativas, com muitos pássaros e, quem sabe, alguns outros dos nossos animais silvestres...
Em uma escala pequena e sem intenções comerciais é possível plantar bosques nativos a partir de uma orientação básica e alguns cuidados simples de manutenção nos primeiros anos. Para projetos maiores e mais ambiciosos (e que sejam bem-vindos!) é imprescindível o acompanhamento de um profissional, seja agrônomo, seja um paisagista com experiência específica.
Mas como é que a natureza recupera áreas desmatadas? A intenção da natureza é recriar a floresta, em um processo chamado “sucessão secundária”, e que pode levar de
Depois de um período em torno de 6 anos começam a surgir certos tipos de árvores, que são denominadas espécies pioneiras. Elas vão continuando o processo de recuperação, crescendo e sombreando a área. Havendo sombreamento suficiente começam à germinar e crescer as espécies secundárias e , terminando o processo, brotam e se desenvolvem as espécies clímaxes.
E de onde surgem essas diferentes espécies? De sementes vindas de florestas próximas, trazidas pelo vento, chuvas ou animais, e também de sementes adormecidas no solo. Quanto mais bosques e florestas existirem, mais fácil e rápida é a regeneração de novas áreas.
Mas o homem pode apressar muito esse processo (e como somos impacientes!), completando-o em 10-15 anos. Podemos plantar de uma só vez quase todas as espécies dos três estágios. Mas atenção quanto às seguintes observações:
Espécies Pioneiras:
Acrocomia aculeata (macaúba)
Alchornea glandulosa (tapiá)
Alchornea triplinervia (tanheiro)
*Bauhinia forficata (pata-de-vaca)
Casearia sylvestris (guaçatunga)
*Cecropia pachystachya (embaúba)
Croton urucurana (urucurana)
Croton floribundus (capixingui)
Erytrina crista-galli (sananduva)
Guazuma ulmifolia (mutambú)
*Ingá uruguensis (ingá-do-brejo)
*Lithraea moleaides (aroeira branca)
Machaerium aculeatum (pau-de-angú)
Machaerium nyctitans (guaximbé)
Ocotea puberula (guaicá)
*Psidium guajava (goiaba-branca)
Rapanea ferruginea (azeitona do mato)
Schinus terebinthifolius (aroeira-mansa)
Schizolebium parahyba (guapuruvu)
Sebastiania commersoniana (branquilho)
*Senna multijuga (pau-cigarra; canafístula)
Tapirira guianensis (fruta-de-pombo)
*Tibouchina mutabilis (manacá-da-serra)
Trema micrantha (grandiúva)
Xylopia emarginata (embira-preta)
Espécies secundárias:
Aspidosperma parvifolium (guatambu oliva)
*Chorisia speciosa (paineira-rosa)
Cordia sellowiana (jureté)
Cordia trichotoma (louro-oardo)
*Dendropanax cuneatum (maria-mole)
Didymopanax monototonii (monototó)
*Eriotheca candolleana (catuaba)
Hyeronima alchorneoides (licurana)
Rallinia silvatica (araticum-do-mato)
*Tabebuia impetiginosa (pau-roxo, ipê-roxo)
*Tabebuia vellosi (ipê-amarelo)
Terminalia brasiliensis (merendiba)
Zeyheria tuberculosa (ipê-tabaco)
Espécies Clímax:
Apuleia leiocarpa (grápia)
Aspidosperma ramiflorum (matiambú)
Cabralea canjirana (canjerana)
*Caesalpina echinata (pau-brasil)
*Cariniana legalis (jequitibá-rosa)
Duguetia lanceolata (pindaíva)
Esenbeckia leiocarpa (guarantã)
*Lecythis pisonis (sapucaia)
Ocotea catharinensis (canela-preta)
*Paratecoma peroba (peroba-do-campo)
Peltogyne augustiflora (roxinho, pau-roxo)
Sclerolabium denudatum (tapassuaré)
*Sterculia chicha (chichá)
Swartzia langadorfii (pacova-de-macaco)
Sweetia fruticosa (sucupira-amarela)
*Tabebuia heptaphylla (ipê-roxo)
*Tabebuia serratifolia (ipê-amarelo)
*Xilopia brasiliensis (pindaíba)
Virolla olifera (bocuva)
(A fonte mais importante deste texto é o livro “Árvores Brasileiras” do Eng. Agrônomo Harri Lorenzi. As obras deste autor estão presentes no dia-a-dia de todos os paisagistas. A ele o nosso respeito e admiração.)
Renata Polga